Mais de 220 jogadores da Série A já testaram positivo para a COVID19 no retorno do futebol
Na Série A do Brasileiro, a dupla Fla-Flu tem sofrido, recentemente, por conta dos surtos de COVID19 entre seus respectivos jogadores. O Tricolor hoje não conta com 10 atletas por causa do novo coronavírus. Enquanto o Rubro-Negro chegou a ter 19 desfalques até a última semana. Estes números compõem uma realidade ainda mais alarmante. Segundo um levantamento feito por nossa reportagem, foram notificados 222 casos da doença entre os profissionais dos 20 clubes do Campeonato Brasileiro desde que o futebol foi retomado.
Na primeira rodada do Brasileirão, a partida entre Goiás e São Paulo teve de ser adiada minutos antes da bola rolar. Isso porque o Esmeraldino teve nove casos positivos apontados na contra prova dos exames. De acordo com um levantamento do “GE”, até aquele momento, 151 jogadores da Série A haviam sido infectados pela COVID19. Sendo que Athlético Paranaense e Coritiba não haviam divulgado seus respectivos boletins médicos.
Desde então, pelo menos mais 71 casos foram comunicados durante a competição. No Fluminense, o último deles é o de Paulo Henrique Ganso. O meia, assim como o laterais Calegari e Daniel Bolt, os zagueiros Luccas Claro e Luan Freitas, os volantes André, Martinelli e Nascimento, o meia Miguel e o atacante Luiz Henrique, está afastado.
Você conhece nosso canal no Youtube? Clique e se inscreva! Siga também no Instagram

Antes, o meia Nenê e os atacantes Welington Silva e Fred já haviam desfalcado o Flu por conta do novo coronavírus. Além disso, o técnico Odair Hellmann também teve de ficar de fora por uma partida após ser diagnosticado.
Casos de COVID19 entre os jogadores da Série A
Dentre os 20 clubes do Brasileirão, é o Flamengo quem lidera o ranking de casos até o momento. Embora o Rubro-Negro tenha um dos principais defensores do retorno da Série A com a elaboração de um protocolo sanitário rígido, o clube da Gávea já apresentou 30 casos de COVID19 somente entre os jogadores.
O Fla é seguido pelo Vasco, em segundo, com 24 casos até então. Além disso, Goiás e Corinthians, empatados por 23, e o Botafogo, com 18, fecham o top5 das notificações do novo coronavírus.
Enquanto o Flu aparece em sétimo, com 13 casos. Por outro lado, Red Bull Bragantino e Atlético-MG, com apenas um cada, são os clubes que melhor tem lidado com o novo coronavírus.
Clubes | Casos |
Flamengo | 30 |
Vasco | 24 |
Corinthians | 23 |
Goiás | 23 |
Botafogo | 18 |
Athletico | 15 |
Fluminense | 13 |
Fortaleza | 12 |
Ceará | 11 |
Internacional | 9 |
Bahia | 8 |
Atlético-GO | 7 |
Grêmio | 6 |
Santos | 6 |
Palmeiras | 5 |
Coritiba | 4 |
São Paulo | 4 |
Sport | 2 |
Atlético-MG | 1 |
Bragantino | 1 |
Total: | 222 |
Falhas e mudanças no protocolo
O protocolo da CBF para a COVID19 se baseia sobretudo na testagem regular dos jogadores da Série A. Tanto que, de acordo com o documento divulgado, os clubes são obrigados a apresentar os resultados dos exames PCR — mais eficazes para detectar o novo coronavírus — até 24 horas antes das partida, no caso dos mandantes, ou até 12 horas antes de embarcar, no caso dos visitantes.
Entretanto, o próprio protocolo já foi alvo de críticas. Por exemplo, inicialmente, a determinação era que todos os exames laboratoriais fossem realizados no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Mas a demora na entrega dos resultados fez com que a CBF liberasse os clube para procurar outros laboratórios em suas respectivas cidades.
Outra falha é o tempo de incubação do vírus no organismo. O centroavante Fred, por exemplo, foi afastado após sua esposa contrair o novo coronavírus. Depois de atestar negativo em três exames do tipo PCR, o jogador foi liberado para a disputa do Fla-Flu. No entanto, Fred atestou positivo logo após o clássico.

Da mesma forma, o Atlético-GO expressou preocupação depois ver o surto da COVID19 entre os jogadores do Fluminense após o confronto entre as duas equipes pela jogo de volta da quarta-fase Copa do Brasil. Ainda no vestiário, Luiz Henrique passou mal e Luccas Claro teve febre, por exemplo. Contudo, o Dragão não teve nenhum novo caso.
Preocupação entre os atletas
Na última quarta-feira (30), o zagueiro Nino falou, em coletiva de imprensa, sobre o surto da COVID19 no Flu. De acordo com o defensor, os jogadores da Série A não se sentem seguros diante de um inimigo como a COVID19.

“Nunca estivemos seguro. A gente luta contra algo que não conseguimos ver, então não existe protocolo seguro. O que eu acho que nos expõe mais que o Estadual são as viagens. Mas a exposição é contínua. A ciência não sabe explicar se a pessoa pode pegar mais de uma vez, como funciona a atuação dos anticorpos. Os cuidados tem que ser tomados de forma individual para não ter um problema maior”, disse o zagueiro Nino.
Antes, o meia Michel Araújo já havia demonstrado preocupação, sobretudo com as viagens. Segundo o uruguaio, o melhor, em sua opinião, seria não estar jogando.
“Em relação a COVID19, o que está acontecendo agora no mundo é uma anomalia. Têm famílias, têm amigos que estão vivendo por certas coisas (sic!). Eu estou pensando que seria melhor não jogar. Mas aqui no Brasil a gente tem que jogar, tem que estar, tem que viajar com muitas pessoas que não fazem exame, em aeroporto. Mas agora a gente tem que jogar e fazer de tudo para ficar focado no campo. Isso é agora o que mais importa”, explicou Araújo em uma coletiva durante o mês de Agosto.
De acordo com o mapa da Universidade John Hoppinks — referência mundial na contagem de casos do novo coronavírus — o Brasil têm cerca de 4,8 milhões de casos e mais 143 mil mortes pela COVID19.