Fala, jogador! Muriel: “Motivo de orgulho completar 1 ano de Fluminense”

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Muriel completou 1 ano de Fluminense. O goleiro foi o escolhido para a entrevista virtual dessa sexta-feira e falou de sua marca, de metas no Brasileiro, preparação, Odair, amistosos com Botafogo, do irmão Alisson, jogadores com mais idade e muito mais. Confira:

Como você vê seu primeiro ano com a camisa do Fluminense? E o que você projeta com essa camisa até o fim do contrato?

Bom dia a todos. É um motivo de orgulho, de alegria. Passa tudo muito rápido, eu tive 2 anos fora do Brasil. É difícil chegar, jogar. Eu tenho uma boa expectativa pra esse Brasileiro. Eu sempre foco no curto prazo, no próximo treino, no próximo jogo. Espero crescer, contribuir. E que o ano seja ótimo para todos.

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Se a gente analisa, o Campeonato Brasileiro começa em 15 dias. Os 4 goleiros do RJ estão consolidados. O momento de cada um de vocês coloca vocês como um fator decisivo para seus times?

Concordo. O RJ está bem servido de goleiros. E não só os titulares, mas os reservas também. E isso contribui para o crescimento de quem vem jogando. O Marcos Felipe deu conta do recado. Cada dia a gente busca a evolução, tem cobrança um ao outro. É muito importante um time grande ter bons jogadores em todas as funções, e não só os que tão jogando no momento. Os que tão de fora também fazem parte da engrenagem. E isso é nítido no nosso dia-dia, que é espetacular. Está sendo importante a preparação, e a participação de todos é fundamental, o grupo sai ganhando.

Você é um dos  mais experientes do grupo. Novamente, o presidente falou em redução salarial. Como vocês jogadores receberam a proposta? O que vocês pensam disso?

Aqui no Fluminense, a gente faz algo que dá orgulho de fazer parte. A gente se coloca no lugar de quem está gerindo. Eu fico muito orgulhoso da posição que o Fluminense teve, todos ficaram no emprego. O clube deu todo o suporte. E a gente sabe que abrindo mão de algo, a gente contribui pro clube se manter. Está difícil no mundo inteiro, o diálogo sempre foi aberto, nada foi imposto. A gente propôs coisas ao presidente. Isso não afeta em nada, cria uma unidade, contribui para o crescimento, mesmo sendo algo difícil. Mas a gente olhou o outro, teve empatia, pensou em fazer o que é correto…. isso está no DNA do Fluminense. Mesmo que tenha uma dificuldade, a gente vai superar.

Muriel, tem o discurso no grupo de que esses perrengues extra-campo fortaleceram o grupo. Em outros lugares é diferente, no Fluminense parece ser a realidade?

Desde que cheguei, fui muito bem recebido. Sempre fui muito feliz com todo mundo. A gente está unido em um pensamento, e isso a gente tem que levar para estilo de vida. Tem coisas que não controlamos, a pandemia que o mundo inteiro enfrenta. Tem coisas que não cabe a gente resolver, mas o que está no controle a gente tem que focar. E é isso que a gente tem feito, passamos por momentos atípicos, 3 meses em casa, um retorno acelerado, treinar em casa, alguns sem espaço físico. A gente foi se superando. E temos que levar para a vida. Não importa a dificuldade, tudo vai passar, tudo tem uma solução. Temos que dar o nosso máximo naquilo que está

Na temporada 2018, pelo Belenenses, você jogou todas as partidas da equipe na temporada e foi considerado o melhor goleiro de 2018 no país lusitano.
Nas penalidades, de 7 cobranças, defendeu 1. Na sua carreira, não havia defendido dois pênaltis em um jogo, como fez na final da Taça Rio.

Completando agora 1 ano de Fluminense, você viveu muito mais momentos altos do que baixos. Óbvio que, com essa paralização, o goleiro demora mais para pegar ritmo, ainda mais no time do Odair, que usa bastante o goleiro com os pés.

Você considera que a temporada de 2018 foi a melhor da carreira? E o que você acha que falta para atingir esse pico novamente, dessa vez, no Fluminense?

Na minha opinião fiz um excelente campeonato português, com a equipe. Mantive o nível quando cheguei. É tudo questão de adaptação, ir crescendo. Cada temporada que passa eu quero fazer uma temporada melhor. Eu sempre planejo minhas metas, e quero permanecer assim, até depois que eu me aposentar. Eu tenho isso como meta, esse ano foi atípico, voltei de lesão (2 meses parado), ai jogamos 2 meses, paramos novamente. Eu acredito num trabalho, a gente busca evolução, vamos buscar fazer um grande clássico, um grande jogo, para que a gente venha a conquistar grandes coisas.

Como é o trabalho com André, preparador de goleiros? Você teve maus momentos e conseguiu contornar a chave…

Nós profissionais temos que lidar com isso. Nossa mentalidade é sempre vencer, fazer o melhor jogo. A gente não pode se abalar com um eventual erro. A gente não pode deixar que um erro se transforme em outro. Temos que estar concentrados. Eu trabalho desde criança. E não podemos nos deslumbrar quando acertamos também. Eu acredito no longo prazo, a gente vai acertar, vai errar, mas tem que mudar o crescimento. A gente conversa bastante, com André e com os outros preparadores. Eu converso com meu irmão também, sempre depois de jogos dele e meus. A gente sabe que o erro do goleiro muitas vezes vai se transformar em gol, e também na derrota. Não podemos olhar pro externo, a gente tem que pensar no que podemos controlar. A cada semana tem um próximo jogo, cada jogo temos uma oportunidade de mudar nossa história.

2 amistosos contra o Botafogo…. depois o Brasileiro, contra um time forte, fora de casa

Expectativa da preparação é que vai ser um grande jogo. Ano passado foi um dos melhores do campeonato. A gente sabe que é uma equipe forte, competitiva. O Flamengo foi campeão ano passado e fizemos 3 bons jogos contra eles. A gente tem que manter, buscar evoluir. E esses amistosos serão de um bom nível. E isso vai ser importante para que a gente venha evoluir como equipe. Acho que vai ser acirrado, sabemos que vai ser difícil. É esse tipo de jogo que gostamos, para eles que nos preparamos. Infelizmente esse ano será diferente, sem torcida, mas temos que estar focados para começar bem o Brasileiro, que vai ser muito importante.

Você citou o Alisson, seu irmão. O que o Muriel pega dele para os momentos importantes?

Tenho uma grande admiração por ele, mesmo antes de ser o melhor goleiro do mundo. É indiscutível. Mas eu sei o quanto ele é forte mentalmente, o quanto ele se mantém frio, concentrado. O espírito vitorioso que ele tem. Essa qualidade é uma das que mais prevalece pra mim. Eu vi um amistoso Brasil x Haiti no Beira-Rio. E eu vi o Alisson, que foi pouco acionado, mas a gente estuda. E mesmo sem ser tão ativo, eu pude ver o nível de entrega, de atenção. Vi a final da Champions League também. Ele era o mesmo, em questão de nível de concentração, entrega. E isso faz dele o melhor do mundo, ao meu ver. Eu me espelho muito nele.

Muriel, hoje o Fluminense tem 7 jogadores acima dos 30 anos. Isso pode afetar a equipe de alguma forma?

Na minha opinião isso só contribui positivamente. Se olhar nossos últimos jogos, dá para ver o quanto o Nenê correu no ataque e na defesa. A idade não afeta, pelo contrário. Ela tem muito a acrescentar, aqui tem uma boa mescla. E eu acho importante para ter equilíbrio. Quem tem mais de 30 anos tem muito vigor físico aqui. Eu confio muito no nosso plantel. Tem jogadores que não entraram tanto, mas contribuíram bem quando entraram. E isso é importante para fazer um bom campeonato.

Há uma nova negociação para redução salarial por conta da pandemia. É isso mesmo? E como foi o momento depois do título da Premier League do Alisson?

Foi muita alegria. O Liverpool está marcando essa geração. Eu fico muito feliz de ver o Alisson lá. Quando estava em Portugal eu podia acompanhar alguns jogos. A gente vê o quanto eles estão crescendo, é um sonho realizado. E o Liverpool e o Alisson, eu vejo um cenário ainda maior para eles. Ele é muito concentrado, sempre em busca de desafios. Tem muita sede de vencer, ser campeão. E projeto coisas maiores. Em duas temporadas no Liverpool, uma Champions e uma Premier League. Eu fico muito feliz por ele. Ontem tivemos uma longa conversa. E quanto aos salários, não tem nada definido. Essa questão que envolve a pandemia, acho que ainda vão ter mudanças, porque é um cenário muito indefinido para todos. O clube está jogando sem torcida, é um dinheiro a menos. Mas temos um relacionamento muito transparente, o Mário é um excelente líder, dá voz para todos, busca soluções em conjunto. As coisas vão se resolver, não está nada definido, mas vamos conversando. E todos são conscientes, sabem que as coisas serão resolvidas.

Qual a importância simbólica do amistoso com Botafogo? Questões do Carioca, aniversário do clube…

Isso é muito positivo. Acho que é importante ter a semana para trabalhar. Não tínhamos tido isso depois que voltamos. E é um clássico, é uma partida importante. A recuperação não é a mesma ainda, o resultado não é o mais importante, mas temos que evoluir. Vamos dar o nosso máximo, tem um longo ano pela frente. Melhoramos nos últimos jogos e nada melhor que um clássico para buscar esse crescimento.

Você procura sair jogando com os defensores. É uma orientação da atual comissão? E o estádio vazio ajuda a concentrar?

Todo treinador que trabalha com a gente ajuda na carreira. Eu trabalhava essa saída, tanto com Diniz, quanto com Silas, em Portugal. A gente não teve muito tempo para trabalhar os detalhes, agora que estamos tendo. Vamos crescer no ano, depende da postura da equipe, e do adversário também. As vezes é difícil sair jogando lá de trás. E o estádio vazio realmente é estranho, mas estamos lidando nos últimos jogos. De tão concentrado que estava nas finais, nem pensei nisso. Mas faz falta, aquela vibração, a gente lamenta muito. Mas entra na pergunta que respondi antes, é uma realidade que a gente vai ter que enfrentar. Vai ser a realidade até ter uma vacina, uma solução. E o torcedor manda energia positivas de casa.

Como está o time fisicamente falando? Ferraz sentiu agora, como vocês estão depois da maratona do Carioca?

Pouco mais de um mês desde o retorno. Foram poucos dias de treino até a estreia. E depois foi quarta e domingo, em 7 dias foram 3 jogos contra o Flamengo. A gente teve a semana longa para trabalhar a parte física. É importante ter o amistoso, não vamos estar no auge físico, mas vamos nos superando. Temos uma boa proposta de jogo, todos marcam, todos tentam jogar. É um jogo grande, e isso vai ser muito bom para as duas equipes. A gente vai encontrar no Campeonato Brasileiro algumas equipes parecidas, é um bom teste. E também é uma preparação para o jogo da Copa do Brasil. Temos que buscar crescer, principalmente na Copa, onde temos que reverter um placar adverso.

Após esses jogos contra o Flamengo, o torcedor vai conseguir ver um desempenho técnico melhor? O time vai ser mais propositivo?

Cada jogo tem sua particularidade. O Flamengo agride muito, tenta sempre diminuir o espaço. A gente sempre tenta propor o jogo, mas tem que ter a leitura, tem que saber o momento. Teve pouco tempo de preparo, o Odair teve que treinar muitas coisas em pouco tempo. E vamos buscar crescer a cada jogo, cada treino, para chegar no Brasileirão num excelente nível.

ST!

 

 


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