“As mulheres estão ocupado mais espaço” – A atacante Luany conversa com o Saudações Tricolores

Ali, no meio de rostos conhecidos da torcida tricolor e já consagrados no mundo do futebol – como Paulo Henrique Ganso, Nene e Hudson – estava Luany, a atacante tricolor, de apenas 17 anos, envergando uma das camisas mais pesadas do mundo. Com a desenvoltura de quem chamou a atenção do Flu, com seus dribles rápidos, a jogadora que disse ser fã de Marta, Thiago Silva e Mbappé, confessou ter chorado de emoção na hora que recebeu o convite da comunicação tricolor:

– Chorei de emoção, agradeci muito a Deus e ao clube pela oportunidade – e seguiu – Eu sempre sonhei que isso um dia pudesse acontecer, mas quando recebi o convite, caiu a ficha que estava se tornando real.

De origem humilde, Luany iniciou seus primeiros passos no futebol entre os meninos, como muitas jogadoras hoje consagradas no esporte. Na cidade de Belford Roxo ela deu os primeiros passos como jogadora de futebol até ir parar no “Daminhas da Bola”, um projeto iniciado pela Thayssan Passos, hoje treinadora do Fluminense, que visa aliar esporte com a educação e desenvolver meninas de 11 a 17 anos da Baixada Fluminense.

– Aos 8 anos, já corria com a bola e brincava sozinha, depois comecei a jogar com os meninos e com 11 anos fui jogar numa escolinha de meninos. Depois, fui para o “Daminhas da Bola”. Sofri muito quando era pequena, só jogava com homem, não tinha escolinha para mulher. Sem falar dos comentários machistas. Mas nunca liguei. Ao contrário: aí que jogava mais, tinha mais vontade de mostrar meu futebol.

Sobre a importância da sua participação no evento, Luany foi além e comentou sobre a importância de se ter uma mulher no lançamento de uniforme de um clube de futebol:

– É uma vitória sim, pois é raro ter mulheres participando dessa forma e, agora, as mulheres estão ocupado mais espaço.

A atleta ainda falou sobre seus planos de carreira. Primeiro disse querer alcançar o máximo pelo Flu. Mas confessou o sonho de experimentar o futebol europeu:

– Meu sonho é poder sempre ter humildade no coração, humildade dentro e fora de campo. E manter a alegria que tenho no vestiário, dentro de campo, com minhas colegas. Também sonho em jogar na Europa, num Paris Saint-Germain. Se Deus quiser, vou conquistar isso no futuro.

Ela comentou os bastidores da gravação e fotografias. Revelou ter ficado ansiosa, com um pouquinho de nevorsismo, mas que o clima leve colaborou para o resultado da ação:

– Fiquei (ansiosa), queria que chegasse logo o dia.  E quando chegou, fiquei sem palavras. Foi muito legal, muito divertido, dei muita risada e fiquei muito feliz de participar com eles, jogadores de muita experiência e de uma história vencedora.

Por fim, Luany mandou um recado para as meninas que curtem futebol e que, de alguma forma, sofrem algum tipo de preconceito:

– Que elas (as meninas que gostam de futebol) continuem lutando pelo sonho delas, que não desistam, que acreditem no sonho delas e nunca tenham medo de mostrar o futebol delas.

ST