MB explica as cotas de TV e fala do pagamento de dívidas: “A briga ainda é muito grande.”

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O presidente Mário Bittencourt, em entrevista exclusiva concedida ao nosso Portal (Live no YouTube), abordou, dentre outros temas, a realidade tricolor em relação ao recebimento das Cotas de TV. Ressaltando que o contrato foi firmado até 2024 e na gestão anterior até mesmo do seu antecessor – Gestão Peter – o mandatário tricolor explicou como o clube hoje recebe valores da detentora dos direitos de transmissão:

“No passado as cotas de TV eram fixas e você tinha uma cláusula que quando o time caia continuava recebendo o mesmo valor da série A. Isso mudou no contrato atual que, foi assinado em gestões anteriores, não foi assinado por mim e que vai até 2024 tanto para Estadual como o Campeonato Brasileiro. Nós não temos como fazer um novo contrato antes de 2024. A minha gestão vai até 2022. Se eu não tentar ou não conseguir uma reeleição eu não terei tido a oportunidade de renegociar o contrato de televisão. E se for reeleito eu só vou ter condição de negociar praticamente no fim de uma segunda gestão em 2024.”

A realidade tricolor, sabidamente, não é fácil. Mário já explicou em outras oportunidades que as cotas foram antecipadas no seu limite e comentou, também, a respeito das penhoras que sufocam o dia a dia do clube. Destacou que, por mais que sua gestão já tenha conseguido resolver algumas questões importantes, o Flu ainda está longe de ver o cenário melhorar:

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“Hoje como funciona: 40% é fixo, 30% é de pay-per-view, tv fechada e 30% de performance, onde você só recebe quando se classifica no fim do campeonato. Isso fez com o que a Globo criasse uma regra de só antecipar até 50% do fixo. A gestão anterior antecipou 100% dos 50% que a Globo permite de cota até 2024.”

“O que sobrou foram os 50% restantes que recebe ano a ano, mas não pode antecipar. Eu teria o direito de antecipar dentro da minha gestão para pagar salário ou comprar um jogador, mas não tenho como fazer. Nós temos, além dessa antecipação, uma série de bloqueios, de penhoras e processos em cima dessas cotas.”

Mário também comentou que no início de seu mandato não recebia quase nada de cotas televisivas. Mas que agora, com algumas questões emergenciais já sanadas – acordos e suspensões de penhoras – o clube já tem a receber um valor determinado:

“Quando a gente ganhou a eleição, a gente não recebia quase nada da Globo. Era praticamente zero, porque tinha a antecipação mais as penhoras. A gente veio pagando dívidas, fazendo acordos e ganhando processos, e isso fez com que a gente ganhasse fluxo (de caixa) lá. Então hoje, a gente recebe alguma coisa, não é o total. A gente continua com umas penhoras “lá”, mas a gente recebe um pedaço do 50% fixo.”

O mandatário tricolor ressaltou também duas coisas importantes para um bom ano financeiro para o tricolor: a torcida e o desempenho em campo da equipe.

“A gente tem 50% do fixo comprometido e um pedaço do 50% fixo a gente recebe. Os outros são compra de pay-per-view e performance, que é variável. A gente vai depender muito do engajamento da torcida e da performance do time no campo. E só receberemos em dezembro, temos que esperar o campeonato.”

Por fim, Mário frisou que cada vez mais vai conseguindo resolver as questões jurídicas do clube, mas assegura que ainda tem muito pela frente. E aproveitou para dizer que essa é o começo da solução para o Fluminense voltar a brilhar dentro e fora campo:

“A gente conseguiu resolver o que tinha que resolver, mas a briga ainda é muito grande. Na minha última coletiva eu falei que a gente pagou 72 milhões de reais em dívidas. A dívida é de 700 milhões no total, pagamos 10%. E o nosso elenco custa, ao longo do ano, metade do que a gente pagou. Quando eu digo que o Fluminense ainda vai levar “x” anos para se recuperar as pessoas às vezes ficam chateadas comigo. Mas qual é a solução? O que eu vou dizer? A outra opção é quintuplicar as dívidas de novo e empurrar as dívidas pro próximo.”

ST


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