O Supercampeão Carioca

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Ainda no embalo de Páscoa, vamos falar de chocolate. Mas não é aquele chocolate 70, 80% cacau. É chocolate ao leite mesmo, aquele com recheio cremoso e uns crocantes.

Não sei vocês, mas se tem um clássico que eu gosto de ganhar, é o Fla-Flu. Como eu gosto de ver aquela torcidinha quieta (não que seja tão difícil, basta ir a um jogo). Como é maravilhoso o sentimento de sair do Maracanã sabendo que do lado de lá eles estão loucos de raiva e se justificando com um discurso tipicamente prepotente. Dá uma paz, né? Uma satisfação…

Então, somando essa vontade de chocolate com a nostalgia que tem nos cercado, voltamos à 1946. O título do Carioca estava entre Flamengo e America, ambos com 26 pontos; atrás, Flu e Botafogo com 24. À época, a pontuação atribuída à vitória era de dois pontos, o que significava que ainda podíamos sonhar com a taça, bastava vencermos.

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De Botafogo x America e Flamengo x Fluminense sairia o campeão carioca daquele ano.

Nós jogaríamos na Gávea, onde a torcida já fazia a festa e o clima era de comemoração. Logo no início da partida eles abrem o placar com Tião, 1×0. E enquanto éramos dominados, lá em General Severiano o alvi-negro ampliava o placar com Heleno de Freitas e ia vencendo por 2×0. O resultado foi anunciado na beira do gramado onde acontecia o Fla-Flu.

A partir de então, o jogo passou a ser nosso. Começamos a nos acertar em campo, a jogar melhor. E a defesa adversária já podia sentir.

Aos 36 do primeiro tempo, Rodrigues marca e vamos empatados para o intervalo.

Começamos a segunda etapa controlando o jogo e, aos 4, viramos com Ademir Menezes. Numa tentativa de reação do time de regatas, o resultado foi um contra-ataque bem tomado que acabou nos pés de Rodrigues, mais uma vez. Não bastando, o atacante ainda marcou de novo e, após o gol de Simões, aos 28 minutos do segundo tempo aplicávamos um 5×1 em nossos rivais.

O jogo acabaria 5×2 pro Tricolor, após um pênalti cometido por Bigode e convertido por Jayme; no outro canto da zona sul do Rio, o time da casa venceria por 3×1. Com isso, os quatro somavam 26 pontos e o Campeonato Carioca seria decidido em um quadrangular entre eles, o Supercampeonato Carioca.

Empatamos o Fla-Flu seguinte e vencemos Botafogo e America. A final, disputada contra o Mecão, foi mais um show tricolor, uma goleada de 6×2 que coroaria mais uma arrancada que entraria pra nossa história.

Como todo bom Fla-Flu, não podia faltar uma boa história por trás: esse campeonato foi especial para Pedro Amorim. Isso porque Norival, então zagueiro rubro-negro, em passagem anterior pelo Flu, havia criticado nosso atacante, dizendo que preferia que o time jogasse com Adílson, seu reserva. Mas é o que dizem, a melhor resposta é em campo. Nesse jogo, Pedro Amorim daria tantas canetas no zagueiro rival, que ele já não poderia sair de casa sem ouvir pessoas gritando “Fecha as pernas, Norival!”.

Feliz Páscoa atrasada e Chag Sameach, ainda em tempo.

ST!

PS. Sejam sócios e ajudem o Flu, sejamos o seu patrocinador master!

 


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