Ariel Holan é tudo isso mesmo? Saudações traz mais informações
Muitos tricolores apontam para Ariel Holan, como sendo a grande solução para o futebol tricolor. Nesses últimos dias, os rumores começaram a surgir em massa. Uns dando conta de que o treinador foi oferecido, outros de que conversas existiram. E isso reavivou, nas rodas de botequim, as opiniões sobre a uma possível vinda do comandante argentino. Mas, a principal pergunta é: quem é Ariel Holan? Pensando nisso, em trazer maiores informações para a torcida, o Saudações traz o seguinte levantamento.
Ariel Holan tem 59 anos e trabalha com futebol desde os 43. Era técnico de hóquei antes disso. Seu maior feito neste esporte foi uma medalha de bronze no Pan 2003, com a Seleção Feminina do Uruguai. Depois disso, passou a trabalhar com o futebol. Foi assistente de Jorge Burruchaga no Arsenal de Sarandí, no Estadiantes, no Indepiendente e no Banfield. Depois, mudou de parceiro e foi auxiliar Matías Almeyda no River.
Em 2015, Holan recebeu sua primeira chance como treinador. Assumiu o modesto Defensa y Justicia, chegando às quartas de final da Copa Argentina. Ficou no clube até 2016, quando pediu demissão e foi para o Indepiendente, onde fez um bom trabalho. O ponto alto foi ser campeão da Copa Sul-Americana 2017, em cima do Flamengo no Maracanã.
Você conhece nosso canal no Youtube? Clique e se inscreva! Siga também no Instagram
O estilo do treinador se encaixa com o modelo atual do Fluminense – pouco chutão e muitos toques de bola. Após o título de 2017, o técnico falou um pouco sobre suas referências (à época):
“Creio no futebol moderno e nas grandes equipes e seleções do mundo. Gosto muito de como está jogando Alemanha, Espanha, Brasil, Manchester City, Napoli. É uma ferramenta muito importante poder mudar as linhas, as formas de se posicionar dentro do jogo. Isso dificulta muito para os adversários. É difícil para os jogadores (adversários) se adaptarem”,
Impressões e questionamentos
Ariel não é novo mas é inexperiente. Só treinou duas equipes de futebol na carreira. Tá certo que vem de 7 anos como assistente técnico, mas teve seu primeiro trabalho somente em 2015, com 54 anos, quando foi contratado treinador efetivo do Defensa y Justicia. Na ocasião, conduziu a equipe às quartas-de-final da Copa Argentina (15-16). Após um campeonato nacional pífio, deixou o comando técnico no final de 2016. Logo após, em dezembro, foi contratado pelo Independiente – clube do qual é torcedor e sócio, para a temporada 2017. E foi justamente aí que fez seu único grande trabalho na carreira.
Holan comandou o time na conquista da Sula 2017, diante do Flamengo, no Maraca. E essa foi a conquista que lhe gerou notoriedade. Curiosamente, e pouco tempo depois, o treinador e a diretoria se reuniram e, em consenso, optaram pelo rompimento do contrato. As alegações foram, praticamente as mesmas, de que o clube e treinador precisavam de novos ares. Intrigante imaginar que, após uma conquista internacional, treinador e clube queiram “novos ares”.
Outro ponto que é preciso abordar, é de que os treinadores estrangeiros, que passaram pelo futebol brasileiro, nem sempre conseguiram emplacar um bom trabalho. Alias, em sua grande maioria, a realidade é que não conseguem mesmo. Confira:
Reinaldo Rueda (Colômbia) – Flamengo venceu 13 partidas, empatou 10 e perdeu 8. Saiu para comandar a seleção chinesa com dois vices-campeonatos – Sula e Copa do Brasil.
Diego Aguirre (Uruguai) – Internacional (2015), Atlético Mineiro (2016) e São Paulo (2018) – Não conseguiu emplacar nenhum bom trabalho nos times que treinou no Brasil. Não deixou saudades.
Edgardo Bauza (Argentina) – São Paulo (2016) 48 partidas, 17 vitórias, 18 derrotas e 13 empates.
Paulo Bento (Portugal) – Cruzeiro (2016) – apenas 75 dias e 17 jogos! deixou o clube na vice-lanterna do Brasileirão daquele ano.
Ricardo Gareca (Argentina) – Palmeiras (2014) – deixou o alviverde com 33% de aproveitamento em 13 jogos – ficou entre junho e setembro daquele ano.
Juan Carlos Osório (Colômbia) – São Paulo (2015) 28 partidas no tricolor, com 12 vitórias, 7 empates e 9 derrotas.
Outros técnicos estrangeiros no Brasil desde o início dos pontos corridos:
● Jorge Fossati (Uruguai) – Internacional (2010)
● Dejan Petkovic (Sérvia) – Criciúma (2015), Sampaio Correa (2016) e Vitória (2017)
● Juan Ramón Carrasco (Uruguai) – Athletico/PR (2012)
● Miguel Ángel Portugal (Espanha) – Athletico/PR (2014)
● Lothar Matthäus (Alemanha) – Athletico/PR (2006)
● Daniel Passarela (Argentina) – Corinthians (2005)
● Roberto Rojas (Chile) – São Paulo (2003)
● Darío Pereyra (Uruguai) – Grêmio (2003)*
Como vemos na lista acima, apensar de acharem que poucos treinadores estrangeiros estiveram por aqui, foram muitos que se aventuraram em terras tupiniquins. E poucos os que conseguiram alguma coisa relevante por aqui. Passarela, no campeão Corinthians de 2005, deve ser o exemplo de maior sucesso e Paulo Bento, no Cruzeiro de 2016, o pior exemplo.
A questão maior é que hoje temos dois treinadores estrangeiros com os holofotes brilhando em cima. O Jorge Jesus, do bilionário time Global do Flamengo, e Jorge Sampaoli no Santos. Mas, a pergunta que a galera tricolor deve fazer, as informações que deve buscar, antes de dar eco à eventual contratação do Holan: será que ele daria certo por aqui?
Inúmeros casos de insucessos com treinadores estrangeiros de longo currículo, campeões de Libertadores, treinadores de seleções nacionais, campeões nacionais e etc., chegaram e saíram sem deixar saudades. Um treinador, com dois clubes nas costas apenas – ainda que pese o título internacional – seria capaz de se adaptar ao combalido, porém competitivo, futebol brasileiro?
Uma outra questão, que sempre levantamos, o treinador foi oferecido para muitos clubes, do mercado latino, que trocaram de técnicos ultimamente, e nenhum fechou com ele. Curioso, não?
O perfil dele se encaixa bastante com o elenco atual, de fato. Ele foi capaz de levar o título da Sula, outro fato. Mas teríamos tempo de apostar em 2019? Ou ainda arriscar o planejamento de 2020, com uma incógnita? Seria ele capaz de montar um time competitivo, desde a pré-temporada?
No mais, quais seriam os jogadores que ficariam no Flu para 2020?
São muitas as questões a serem respondidas antes de afirmar que Ariel Holan seria a solução, não acham?
Tem que investigar tudo direitinho…..
E você? Acredita que seria uma boa?
ST!