Por que Oswaldo?
Oswaldo chegou sob os olhares desconfiados de grande parte da torcida, e vem sendo questionado a todo momento. Apesar do treinador ter até agora 40% de aproveitamento – com 2 vitórias e 3 derrotas, sendo duas delas por 3-0, no Brasileiro – e superar seu antecessor, o treinador não consegue convencer o tricolor. Ele chegou para substituir Fernando Diniz, que esteve a frente do clube por 44 jogos, com 18 vitórias, 11 empates e 15 derrotas (41% de vitórias) No Brasileirão, Diniz conquistou apenas 3 vitórias em 15 jogos.
Se o aproveitamento é parecido (ainda que com uma amostragem de jogos muito diferente), o mesmo não podemos falar do estilo de jogo. O toque de bola que encantou, e ao mesmo tempo irritou, muitos não existe mais. As quase 20 finalizações todos os jogos também não. Com Oswaldo, o Fluminense até tem a posse de bola, mas só manteve esse alto número de finalizações, diante do Avaí, no jogo que marcou a estreia do treinador no campeonato nacional. Ainda assim, saiu derrotado por 0-1. Nesse jogo, quando o treinador tirou Ganso e colocou Caio – que fez o pênalti que gerou o gol – a torcida começava a demonstrar toda sua insatisfação. Foram 15 finalizações contra duas 2 do Avaí naquele jogo. Já pela Sul-Americana, diante do Corinthians, o Flu chutou a gol por 10 vezes, contra 15 do time paulista. Não há mais o domínio de outrora, tanto na posse de bola quanto em chutes.
O Fluminense de Oswaldo conseguiu duas vitórias, sendo que em uma delas o melhor em campo foi Muriel, que não deixou passar nem sinal de wi-fi no jogo contra o Fortaleza, e contra o Corinthians, num jogo morno marcado pela abençoada falha de Cássio. Sem isso testemunharíamos uma 0-0 xoxo.
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Mas o que mais chama atenção no trabalho do treinador são as derrotas, ou melhor, a forma como o Flu perde. Diante de Palmeiras e do “poderoso” Goiás, o Fluminense não conseguiu jogar sequer um minuto de futebol. O time se mostrou apático e sem vontade, e Oswaldo na base do “vamos lá”. O treinador poderia ter mexido antes, mas sua demora ficou evidente. Ele assistiu inerte a um time sem qualquer agressividade e organização em campo, e esperou o 2º gol para tal. E mexeu mal, novamente. Perdeu o meio e foi para o tudo ou nada. E depois da expulsão, mais confusão, ao por um atacante no lugar de um zagueiro. Até os jogadores ficaram meio perdidos nessa tentativa desesperada.
Contra o Goiás, o time teve a posse de bola, por mais de 60% do tempo, mas só deu uma finalização ao alvo. Muito diferente do que “Era Diniz”, onde eram 20 finalizações ao gola, mas a bola não entrava. O futebol tem muitos achismos, mas números comprovam pontos. Contra o CSA, 27 chutes. Contra o Goiás, 15. Botafogo, 16. Estava claro que tinha algum problema na conclusão, mas o time chegava lá.
Se compararmos com Abel, o número de chutes não deve mudar muito. A equipe era apática e dependia de lampejos – de Pedro ou Scarpa – para fazer gols em 2018 e 2017 respectivamente. Amado por muitos e odiado por outros, Abelão comandou o time por 109 jogos na última passagem com 43 vitórias, 29 empates e 37 derrotas (39% de aproveitamento de vitórias). Outro treinador com números parecidos foi Marcelo Oliveira (44%), e com ele o time chegou a ficar 8 jogos sem fazer gols.
Ao que tudo indica, Oswaldo ainda terá mais uma oportunidade de mostrar serviço. Só que o tempo, comentado pelo treinador em entrevista após a goleada, não existe. Ou o Flu reage agora, ou pode ser tarde demais.
Está complicado. Aguardemos dias melhores.
ST