Fala, Jogador! Papo com Wellerson, campeão em 95 – o ano da “Barrigada”
Mais de 110 mil pessoas no Maraca. O ano do centenário do rival, que trouxe o “pior” ataque do Mundo, com Sávio, Romário e Edmundo. Romário que tinha sido eleito, no ano anterior, o melhor jogador do planeta e, de quebra, ainda trouxe o Tetra Campeonato Mundial para o Brasil. Do lado de cá, um time de operários, como disse Wellerson, em entrevista exclusiva ao Saudações Tricolores.
– Foi um título que marcou muito porque foi o ano do centenário do Flamengo, e o investimento que eles fizeram na época, com o “ataque dos sonhos”. E o Fluminense, lembro como se fosse hoje, foi uma colcha de retalhos que deu certo, que uniu todos. Eu lembro que o Lima veio do nordeste, Aílton veio do Japão, o Djair veio do Botafogo, Eu e mais alguns atletas viemos da base, e o Renato Gaúcho veio lá de Búzios. Ele estava todo infiltrado, com a costela quebrada, que alias vou contar uma história.
Wellerson aproveita e conta um dos primeiros contatos que teve com quem seria o herói do título tricolor, Renato Gaúcho – que também seria coroado o “Rei do Rio” naquele ano:
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– Eu cheguei de um treinamento e fui para a piscina fazer o relaxamento, e encontrei o Renato Gaúcho na piscina. Ele olhou para mim e disse: “Garoto, foi você que subiu do júnior, no ano passado? Você é bom goleiro. Se prepara para dar uma volta olímpica esse ano”. E realmente demos a volta Olímpica. E na outra ele me perguntou quantos anos eu tinha, respondi 22. Daí ele falou: “Eu tenho mais de um minuto de silêncio do que você tem de vida” – risos.
O goleiro reconheceu a importância de Renato para aquele elenco, e relatou que ele queria a bola para decidir. Deixava a galera correr para ele mas na hora que precisava era só mandar, que ele resolvia:

– O Renato foi uma figura muito importante no nosso elenco nessa época. E ele sempre falava assim: “Eu sou craque e o craque não precisa jogar 90 minutos. Precisa jogar 20. Me dá a bola que eu resolvo. Lima, Aílton, Marcio Costa correm para mim, e deixa que eu penso.” E realmente ele ali foi o divisor de águas. Foi ele quem decidiu, que colocou a bola dentro do gol do Flamengo (Renato anotou dois naquela final, vencida por 3 x 2).
O Fluminense naquele ano jogou 4 vezes no Campeonato contra o Flamengo. E fez uma série invicta até o final, ou “a” final: 0 x 0, 3 x 1, 4 x 3 e, na finalíssima, 3 x 2. Para Wellerson, jogar contra eles naquele ano, era ‘bicho’ certo no bolso:
– Esse ano aí Fla x Flu já era bicho certo, era dinheiro no bolso (risos). Ganhamos muito do Flamengo nessa época. Éramos um time de operários, vamos dizer assim, um verdadeiro time de guerreiros.
Perguntado se lembrava da escalação, o goleiro-campeão respondeu de bate-pronto, e se lembrou de um amigo que já não está mais aqui:
– Wellerson, Ronald, Lima, Paulo Paiva ou Sorlei e Lira; Djair, Márcio Costa, Rogerinho, Ailton; Renato e Leonardo. E ainda tínhamos o Super Ézio no banco, que decidiu vários jogos para gente, meu amigo particular e um grande cara. Ele foi uma pessoa fantástica, que infelizmente não está mais aqui. Tenho certeza que ele é uma estrela tricolor, que sempre olha por nós!
Mas nem só de alegrias foi o ano de 1995. O Fluminense vinha bem no campeonato Brasileiro do ano, havia ganho o primeiro jogo das semifinais, diante do Santos, por 4 x 1 no Maraca mas acabou levando o troco no Pacaembu e foi eliminado ao perder por 5 x 2. Para Wellerson a vaidade fez a equipe escorregar:
– Eu vou dizer para você o que faltou. O que aconteceu com a gente foi vaidade. Ganhamos de 4 x 2 (na realidade 4 x 1), e não concentramos para a próxima partida. E quando a vaidade entra, perde. Não tem muito o que discutir, o que falar. Eu sou muito direto: perdemos esse título por vaidade.
A entrevista completa, você acompanha aqui, no link abaixo: