Estamos em nono. Marcelo fala sobre o jogo: entrega e superação.

Foto: Lucas Merçon/FFC
Marcelo Oliveira era pura vibração, ontem após o jogo. Enaltecendo a atuação de todos, o treinador entrou no vestiário bradando aos jogadores: “quem disse que não ganha aqui?, quem disse que não ganha aqui?”. Pois o Flu ganhou! Além de fazer o Tricolor subir para o nono lugar no Brasileirão, quebrou o famigerado tabu de vitórias do time carioca em solo catarinense – eram três derrotas e um empate.
Na entrevista coletiva, o treinador foi mais contido ao avaliar o momento tricolor. Elogiando muito a atuação, e principalmente a superação do time – após o desgaste do jogo contra o Deportivo Cuenca na estratosférica Quito, de 2,8 mil metros – destacou a importância do próximo confronto contra o Grêmio, sábado, no Nilton Santos:
– Achei que o time jogou muito bem, deu poucas chances ao adversário, principalmente no 1° tempo. Era normal que a Chapecoense, que vinha de resultados importantes, pegando um Fluminense um pouco desgastado, vindo de um jogo na altitude, viesse para cima no 2° tempo, e trouxesse dificuldades. Só achei que poderíamos não ter levado o gol. A Chape poderia chegar ao gol de outras formas, com mérito, mas em uma bola parada nossa, levar o contra-ataque nessas circunstâncias foi a única cobrança. Mas os jogadores estão de parabéns. Além de terem jogado bem, foi uma superação em relação ao desgaste físico do último jogo pela Sul-Americana – disse Marcelo.
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E continua:
– Quando você define um esquema, o adversário já vem preparado com aquilo. O adversário já sabe como você joga. Eu joguei muito tempo no Palmeiras, Cruzeiro e Coritiba no 4-2-3-1, mas com uma movimentação grande, podendo modificar dentro do jogo. No caso do Fluminense, o treinador tem que adequar também a característica dos jogadores. Com três zagueiros nós teríamos dois zagueiros muito rápidos e um mais técnico que é o Gum. Essa combinação tem sido melhor que a linha de quatro, porque o time acaba ficando um pouco mais exposto. Está indo bem e a partir de amanhã eu estudarei que forma o time jogará contra o Grêmio.
Abaixo os principais trechos da entrevista:
Manutenção do esquema com 3 zagueiros:
– A questão da forma de jogar é que o time tem que ter mais de um sistema, mais de um posicionamento e utilizar de acordo com a estratégia dos jogos. Coloquei três zagueiros porque fomos bem no último jogo, porque deu um pouco mais de tempo de treinar. No comando do Abel já haviam jogado bem, já tinham o hábito de jogar assim. E também porque entendíamos que a bola parada da Chapecoense era muito boa, os jogadores são altos. E a gente se protegeria disso e poderia fazer o gol também em bola levantada na área.
Evolução do Everaldo
– O Everaldo foi um grande achado, no sentido mais positivo da palavra. Ele era do São Bento, eu o vi jogar umas duas vezes e me agradou. Nós buscando alternativas de contratação chegamos ao nome dele. Diríamos que é um trabalhador, intenso no dia a dia, que já tem uma amizade muito grande com os outros jogadores, embora esteja há pouco tempo no clube. Chegou, se sentiu à vontade, se tornou titular por méritos e por coerência do treinador também. E está nos ajudando muito. Estava jogando bem e não fazia gols. Agora já são dois gols em sequência. Além dele tem o Matheus Alessandro, o Marcos Jr., que são jogadores que no desgate serão importantes para irmos modificando.
E o Luciano? É titular no comando do ataquee? Dores preocupam?
– Ele tinha reclamado de um pequeno desconforto no intervalo do jogo. Parece que não é lesão, porque ele queria continuar e é um jogador experiente para saber se é lesão, contratura ou apenas um desconforto. Está jogando, o time está andando bem assim, porque ele faz a referência e também sai para ajudar os colegas. Então, nesse momento, a tendência é repetir o Luciano fazendo essa função.
Fim do tabu na Arena Condá
– Com todo respeito à Chapecoense, sabíamos que o Fluminense nunca havia ganhado aqui. O que eu disse aos jogadores é para não terem pessisimo de achar que não iríamos ganhar. Mas como estávamos preparados e muito mobilizados para o jogo, era a grande oportunidade de modificar isso. Felizmente deu certo. Nos deu uma condição melhor na tabela. O time pouco a pouco vai melhorando. Agora vamos nos preparar bem para o jogo contra o Grêmio no próximo fim de semana, que é muito importante nessa caminhada.
Como separar a situação financeira do campo
– Essas dificuldades são óbvias e públicas. É necessário resolver, porque acaba refletindo um pouco, dificultando, embora em momento algum nenhum jogador chegou reclamando de um treinamento, de uma viagem, de uma concentração. Sabemos que a diretoria é composta por pessoas de bem que estão buscando essa solução e espero que seja o mais breve, que colaborará com esta sequência.
Atrasos salarias e ajuda de jogadores a funcionários
– O que eu sei e que todos sabem é que os salários estão atrasados e a diretoria está correndo atrás para resolver. Já teve uma conversa longa com os jogadores e até o momento não houve nenhum reflexo nos treinos e nos jogos porque temos um grupo muito profissional e muito comprometido. Não tenho certeza disso (de que jogadores estão pagando contas de funcionários) porque não chegou a mim. Mas sabemos que a qualquer momento vem uma novidade. Resolvendo isso, creio que esse time pode render ainda mais.