Por que eles querem o Flu, na gestão do Maraca?
Muitos tricolores se manifestaram, ao longo dessa semana, quando a mídia noticiou que o Fluminense não reuniria condições de assinar com o Estado do Rio de Janeiro, para ser um dos permissionários, na gestão do Maraca. Nós fomos os únicos a sustentar que sim. Procuramos os fatos, as pessoas envolvidas, que nos garantiram que o Flu vai assinar o contrato direto com o poder público, e não um “de gaveta” com o Flamengo, que seria o real permissionário. A própria assessoria do Flu emitiu nota a respeito, confirmando o que dissemos. Mas o ponto da discussão não é esse.
Muitos se posicionaram que o time da Gávea não iria querer o Fluminense como seu sócio na gestão do Maracanã, e que, de uma forma ou de outra, iriam tentar assumir sozinhos o complexo esportivo. Bom, eles querem o Flu. A razão? Vamos tentar explicar.
Você consegue imaginar um cenário onde você poderia dividir os custos com alguém, e ficar com sua parte do lucro – assombrosamente maior – sozinho? Então, é mais ou menos isso.
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Numa conta preliminar, o custo de todo o complexo, seria cerca de R$ 2 milhões por mês. Ou seja, R$ 24 milhões por ano. No acordo desenhado, os custos do estádio seriam compartilhados entre Flu e Flamengo, ou seja R$ 12 milhões/ano para cada um. Ainda nesse cenário, cada clube teria como principal receita, o resultado de seus jogos. E ai começa a fazer todo sentido do mundo o Flamengo querer o Fluminense como co-signatário.
Fácil de explicar: o time deles gerou, aproximadamente, R$ 26 milhões no ano passado de bilheteria, somente no Brasileiro. Mas para exemplo ficamos só com esses números (sem Carioca, Libertadores, Copa do Brasil e etc.). Se o Flamengo é o gestor único do Estádio, sobrariam R$ 2 milhões nessa conta. Agora, se os custos são rateados, com o Flu assumindo metade dessas despesas, sobrariam R$ 14 milhões… Ou seja, claro que interessa que o Flu entre, e em condições de igualdade. Compreendem?
E para o Flu, interessa? Claro! Veja o quadro abaixo:
No ano de 2018, clube arrecadou pouco mais de R$ 14,6 milhões com bilheteria, em todos os jogos. Porém, os gastos superiores a R$ 19 milhões resultaram no prejuízo de R$ 4,5 milhões. Mas e se contabilizarmos só o Maraca? O alto custo do Estádio, da forma que vinha sendo administrado – e com a alteração contratual – o Flu amargou um prejuízo na casa dos R$ 4 milhões. Dos 24 jogos realizados no Maraca, em 19 o resultado foi negativo.
Tirando o “terceiro” da relação – no caso o Consórcio Maracanã – o Flu terá uma redução absurda nas taxas cobradas e, com isso, pode até ou não ter um prejuízo tão significativo, ou até almejar lucro. Podendo inclusive fazer um setor popular, com preços menores. Por que não? (alô diretoria, segue a ideia).
O fato maior é que, sem sombra de dúvidas, ao assumirem o Maraca, a dupla Flu e Flamengo tem tudo para melhorar o cenário de receitas com seus jogos.
ST