150 x 66 – Os números da sessão do impeachment
Hoje é um dia que promete ser de muita expectativa para a torcida tricolor. A partir das 19h30, no salão nobre das Laranjeiras, os conselheiros vão se reunir para deliberar sobre o impeachment do presidente. Isso se houver o quórum mínimo de 150 conselheiros presentes.
A oposição entende já ter algo próximo de 100/110 conselheiros favoráveis ao impeachment do presidente, número insuficiente para abrir a sessão. A esperança dos opositores está naqueles que desembarcaram da situação e nos outros conselheiros que estão insatisfeitos com o presidente.
Já para Abad, apesar de todo o receio dos números, a situação é um pouco mais confortável pois basta que 66 conselheiros deixem de comparecer para que esse quórum mínimo não seja alcançado e a votação sequer aconteça. E a tendência, infelizmente, é essa. É essa não pelo impeachment tão somente, mas por não colocarem um ponto final nessa história.
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Isso porque o estatuto, novamente, não é claro quanto a não realização da sessão. Nele se encontra, em seus dispositivos, as regras para abertura da sessão, o quórum mínimo; a quantidade de votos necessárias para o pedido de impeachment ir adiante; as consequências da aprovação, como a convocação de novas eleições e os prazos. Mas não é específico sobre a não realização da reunião. E isso pode dar “pano para manga” em diferentes interpretações. Enquanto uns acreditam que o processo acaba ali, outros acham que a sessão deve ser realizada em outra data. Ou seja…. pode ser que isso tudo vá parar na justiça.
O Conselho Deliberativo hoje é composto por diversos grupos políticos. A Flusócio (grupo de Abad), Esportes Olímpicos, Base e Democracia Tricolor juntas formam a base da situação. O MR21, o Esperança Tricolor e o Flu 2050, que se uniram nas últimas eleições e formaram o grupo “Unido e Forte”, desembarcaram da situação e hoje são oposição. Outros conselheiros deixaram a Flusócio, por insatisfação com a gestão Abad, e criaram um novo grupo, o Pró Flu. Flu + e Tricolor de Coração são oposição desde o começo da atual gestão.
E os números hoje são confortáveis para a situação, pois na composição feita nessas coligações, a Flusócio e os Esportes Olímpicos, juntos – e teoricamente – teriam 140 cadeiras no conselho. Outras 60 teriam ficado com Cacá Cardoso e a Unido e Forte. As demais com os grupos de Mário Bittencourt, segundo colocado nas eleições. E é exatamente essa margem que dá uma maior tranquilidade ao presidente. Ainda que tenha perdido apoio dentro de seu grupo e também nos EO, seria necessário que, pelo menos, 80 conselheiros tivessem “virado a casaca” e apoiassem o impeachment. Número considerado alto por todos.
O fato é que conselheiros, que ainda são favoráveis ao presidente, não estarão presentes hoje na sessão. Pois além de não quererem correr riscos de que o impeachment seja aprovado, eles não querem se expor, devida a grande rejeição do presidente por parte da torcida.
Enquanto isso, parafraseando um dos nossos mais fiéis leitores, o “Ministro da Bola”, agoniza o Fluminense.
ST
Washington de Assis
Foto de Capa: repórter aéreo das rádios Mix e Paradiso no Rio de Janeiro, Emerson Rocha